Para evitar as picadas do mosquito transmissor da zika e de outras doenças, como dengue e chikungunya, há quem lance mão de vários artifícios, como repelentes e até remédios. Mas quando estes cuidados forem destinados a crianças, alertam médicos, é preciso ter uma atenção extra para não transformar a prevenção em um problema.
Um exemplo vem dos bebês com menos de seis meses, que não devem usar repelentes. “É muito arriscado”, pondera o pediatra e membro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Celso Murad, que aconselha ainda a evitar o uso do produto no rosto, olhos e boca.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que os repelentes só sejam usados por crianças maiores de 2 anos de idade, explica a pediatra com especialização em infectologia, Filomena Alencar. Antes disso, o indicado para proteger os bebês é a utilização de barreiras mecânicas. “Os mosquiteiros nos berços e roupas compridas para sair de casa”, destaca.
Também não é recomendado para os pequenos, com menos de 3 anos, produtos à base de citronela. E não há comprovação científica, segundo a pediatra Filomena, do efeito protetor do complexo B em relação às picadas de inseto.
O melhor caminho, pondera Murad, é não se desesperar e evitar o pânico. “Tome os cuidados necessários e se aparecer algum sintoma, procure um médico”, assinala, acrescentando que a melhor forma de prevenção é o combate ao mosquito e aos seus focos.
Cuidado com as crianças
Zika vírus
Riscos na infância
As crianças podem estar sujeitas a um risco maior porque seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, como explica o infectologista Lauro Ferreira Pinto.
Prevenção / O que deve ser evitado
- AAS (ácido acetilsalicílico): em menores de 12 anos pelo risco de Síndrome de Reye (que ataca cérebro e fígado);
- Complexo B: não é recomendado por médicos como forma de proteção, por não haver comprovação científica de sua eficácia em relação às picadas de inseto;
- Seis meses: abaixo desta idade deve ser evitado o uso de repelente, pois coloca em risco a saúde do bebê;
- Dois anos: a Anvisa recomenda que os repelentes só sejam usados por crianças maiores de 2 anos;
- Três anos: até esta idade não são recomendados produtos à base de citronela;
- Evitar: uso de repelentes no rosto, boca, olhos e áreas cortadas ou irritadas;
- Febre: nos casos de suspeita de zika, a febre não deve ser medicada com AAS;
- Locais: deve-se evitar locais com mosquito.
O que usar
- Roupas: de mangas compridas e calças compridas, de preferência. E, se possível, de cores claras, em decorrência do calor forte;
- Repelentes: usar fórmulas infantis ou “kids”;
- Barreiras mecânicas: antes de 2 anos, o indicado para proteger os bebês das picadas de insetos são os mosquiteiros nos berços, roupas compridas para sair de casa;
- DEET: a Anvisa preconiza que até os 12 anos a concentração máxima de DEET (composto ativo que repele os insetos) seja de 10%. (ele varia de 5% a 15%). É preciso verificar no repelente.
Fique atento
Sintomas
Diante dos sinais abaixo é recomendado procurar um serviço de saúde para que a criança seja examinada.
- Febre intermitente e recente (menos que 7 dias);
- Manchas vermelhas no corpo;
- Conjuntivite não purulenta ou hiperemia conjuntival (olhos vermelhos);
- Edema (inchaço) de extremidades;
- Mialgia (dores musculares);
- Dores articulares;
- Dor retro-orbitária (ao redor dos olhos) são difíceis de identificar em crianças pequenas.
Fonte: Gazeta Online
|