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Anticoncepcional não deve ser usado como remédio para emagrecer
Especialistas alertam: esse tipo de uso pode causar até AVC

A lutadora paranaense de MMA Cris Cyborg, de 31 anos, assumiu ter recorrido à ajuda de pílulas anticoncepcionais para perder 11,3 kg e conseguir lutar no UFC Brasília, que aconteceu no final do mês passado. Ela alcançou a meta em uma semana. Mas especialistas alertam: a prática é arriscada, não tem base científica e pode trazer mais prejuízos à saúde do que benefícios, podendo causar trombose, desidratação e até AVC.

“Meu corpo ficou um pouco estranho, mas confio no meu nutricionista, George Lockhart. Nunca usei isso antes. Comecei agora, porque ele disse que ajuda a perder peso. Mas depois dessa luta eu não usarei mais, porque não quero que meu corpo fique como está por mais tempo”, disse Cris, em entrevista ao programa “The MMA Hour”, um pouco antes da luta.

A declaração de Cris gerou muita polêmica, principalmente por dois motivos: o uso do anticoncepcional para emagrecer, algo incomum de se ouvir falar, e o fato da indicação ter vindo de um nutricionista. O profissional, em um vídeo divulgado na internet, defendeu a indicação usando como argumento a capacidade diurética da pílula. Mas há controvérsias.

“Anticoncepcional não emagrece. Não existe nenhuma evidência científica de que seu uso possa contribuir para a perda de peso”, afirma Cintia Cercato, presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

A especialista pontua, inclusive, os riscos que estão associados à prática. “O anticoncepcional é um excelente método contraceptivo, mas, como todo medicamento, ele tem efeitos colaterais que podem ser graves, por isso é necessário que ele seja prescrito por um médico que irá avaliar o custo benefício do uso. É um absurdo a prescrição por um nutricionista, ainda mais com essa finalidade, que não é nem off label (indicação que não está na bula, mas que tem base científica)”, argumenta a médica.

A endocrinologista Alessandra Ferri Casini, também descarta por completo a chance de que, sozinha, a pílula tenha sido a responsável pelo emagrecimento “relâmpago” da lutadora.

“Não há absolutamente nada na literatura médica que respalde o uso de um anticoncepcional dessa forma. Ela perdeu peso por qualquer outro motivo, mas não pela pílula. É até lamentável que isso tenha sido divulgado. Mas como já é um assunto público, precisamos alertar para os riscos”, explica Alessandra.

O anticoncepcional, segundo reportagem do site Viver Bem, teria sido usado em conjunto com exercícios físicos, sessões de sauna individual e controle da alimentação.

Riscos

Além de não ter comprovação científica e não ser recomendado, o uso das pílulas ainda provoca uma série de efeitos colaterais. “A diferença entre uma pílula e uma droga é apenas a dosagem”, resume a endocrinologista.

O anticoncepcional pode aumentar o risco de trombose, principalmente entre mulheres com fatores de risco, como obesidade, histórico familiar, fumo, ou com casos de enxaqueca frequentes.

Além disso, contraceptivos orais também aumentam a dilatação dos vasos, o que engrossa o sangue. É possível, assim, formar coágulos nas veias profundas, que ficam dentro dos músculos. E apesar de mais comum nas pernas, também podem surgir problemas no pulmão e no cérebro, aumentando o risco de AVC.

O ginecologista Carlos Afonso Maestri, que também é mastologista, afirma que realmente existem alguns anticoncepcionais com efeito diurético. São os medicamentos com o hormônio drospirenona. Mas efeito diurético está longe de significar perda de peso real.

“Perder líquido não é emagrecer, é desidratar. Se você toma um diurético potente, você urina muito e perde peso. Mas, você vai sentir muita sede, vai tomar água e vai repor o peso”, explica. “Se tivesse uma pílula anticoncepcional que emagrecesse, todo mundo saberia“, diz o especialista.

Além disso, o que se ouve das mulheres que usam o método como contraceptivo é justamente o contrário do que aconteceu com a lutadora: o ganho de peso, que é associado, na maioria das vezes, justamente à própria retenção de líquido.

Já o ginecologista Roberto Antunes, em entrevista ao portal Combate.com, afirmou estar surpreso com a prescrição por um nutricionista. “Nutricionistas não são médicos e, portanto, não são capacitados para a prescrição de tais medicações, ainda mais com uma indicação completamente controversa como essa”, argumentou Antunes, que também é faixa-preta de jiu-jítsu.


Fonte: Gazeta Online


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