Números do Ministério da Saúde mostraram uma situação
preocupante: a do crescimento de AVC, o acidente vascular cerebral,
em pacientes com menos de 40 anos. O neurologista Renato Anghinah,
coordenador do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano, explica
que há dois tipos de AVC: o isquêmico, quando há um entupimento em
um vaso que impede a circulação do sangue em uma parte do cérebro,
e o hemorrágico, quando um vaso se rompe e provoca sangramento.
Segundo o neurologista, o número de casos em jovens
está aumentando por causa, principalmente, da falta de
exercícios físicos e da obesidade. “Há
sinais de alerta mais importantes, a pessoa pode fazer um autoteste
e ver se tem déficit de força, se consegue levantar o
braço e as pernas com mesma facilidade dos dois lados. Eu
sempre falo que, na dúvida, é melhor ir para o
pronto-socorro do que esperar em casa. Em um AVC o tempo é
cérebro, ou seja, quanto mais rápido conseguir
atender, mais chance tem de poupar o cérebro dele”,
orienta o médico.
O que ocorre?
O neurologista José Antonio Fiorot Junior, coordenador técnico
da Unidade de AVC do Hospital Estadual Central, explica que a
doença é causada pelo entupimento dos vasos sanguíneos do cérebro.
“A pessoa tem uma fraqueza súbita em um lado do corpo, a boca fica
torta e passa a ter dificuldade de falar. Esses sinais estão
presentes em cerca de 80% dos casos”, afirma.
Ao perceber um desses sintomas, busque ajuda. “O paciente ou
quem estiver perto dele deve entrar em contato com o Samu (192),
para que os atendentes possam fazer uma avaliação inicial e
direcioná-lo para o tratamento na fase aguda”, diz Fiorot.
Nessa fase, o remédio usado é o rt-PA, que dissolve o coágulo no
vaso cerebral. “Nós temos quatro horas e meia apenas para usá-lo a
partir do momento que começa o primeiro sintoma. Nesse prazo, as
chances de diminuir as sequelas são de 30% a 50%”, diz Fiorot.
Entenda
Qualquer idade
- Principais sintomas
- Fraqueza de um lado do corpo, principalmente no
braço; boca torta; dor de cabeça muito forte;
perda súbita da visão; dificuldade para falar
uma frase e tontura.
- 192 - Samu
- É o número que a população
deve ligar ao perceber os sinais de AVC.
Jovens: causas raras
- Dissecção arterial
- É uma ruptura da parede do vaso sanguíneo do cérebro ou do
pescoço. Acontece, muitas vezes, quando há um movimento brusco
do pescoço, como em acidente de carro ou luta.
- Trombofilias
- São doenças genéticas que fazem o sangue ficar mais grosso e formam coágulos.
- Vasculites
- Inflamações da parede do vaso e ocorrem por causa de doenças autoimunes, como a Lúpus; uso de drogas - um exemplo é a cocaína - e infecções, como em pacientes com sífilis e HIV.
Estilo de vida
- Motivos
- As causas raras sempre existiram. Mas hoje os jovens estão
expostos aos principais problemas que podem levar ao AVC, como
tabagismo, hipertensão, colesterol elevado e estresse.
- Prevenção
- Para diminuir as chances de desenvolver AVC, é importante
sair do grupo de risco, que é composto por fumantes, obesos e
sedentários. Quem já teve a doença, deve identificar as causas
e adotar maneiras que diminuam as chances de desenvolver o
problema novamente.
Fonte: G1 Notícias / Gazeta Online
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