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Limites da Insatisfação
Dos episódios espaçados aos crônicos, o mau humor pode acarretar vários prejuízos à saúde

Há dias que tristeza, irritação, desânimo, fadiga e desesperança fazem enxergar tudo à nossa volta em preto e branco. Episódios de “baixo astral” surgem esporadicamente, por problemas pessoais e/ou profissionais, que passam com o tempo. Entretanto, há uma parcela da população, em torno de 3% no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que sofre com constante mau humor para toda e qualquer situação, boa ou ruim: são os distímicos.

A distimia é uma forma de depressão leve que tem como característica principal sua frequência, explicam Márcio Bernik, coordenador do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e Alfredo Simonetti, médico colaborador pelo mesmo programa. “É nome que se dá para um quadro com pelo menos dois anos de sinais depressivos leves, acompanhados de intolerância e postura excessivamente crítica. Como se diz: uma ‘pessoa amarga’”, destacam.

Em geral, atinge mais o sexo feminino e pode se manifestar em duas fases: no final da idade escolar e começo da adolescência, e no início da meia-idade ou idade mais avançada. Trata-se de um “pacote” de alterações neuroquímicas, que englobam fatores biológicos (hereditários ou não), psíquicos e socioculturais. “Chama a atenção que pessoas com distimia apresentem mais parentes com transtornos de humor, por exemplo, depressão e transtorno bipolar, do que as que não tiveram o diagnóstico, sugerindo hereditariedade. Mas isso não permite afirmar que seja uma questão genética ou hereditária”, enfatizam Bernik e Simonetti.

Os danos no estilo de vida são grandes. Vão desde dificuldades de relacionamento entre colegas no emprego, parentes, amigos e cônjuges até as mais graves, como dependência química e depressão maior. “Vive-se em 70%”, resume Kalil Duailibi, presidente do Departamento de Psiquiatria de Associação Paulista de Medicina (APM). Para ele, os distímicos realizam suas atividades cotidianas normalmente, mas não de maneira prazerosa, despendendo um esforço demasiado para executá-las.

Já no quesito saúde, dependendo de cada caso, podem-se evidenciar outras disfunções. “Não é raro os pacientes terem problemas concomitantes como transtorno obsessivo compulsivo (TOC), fobias e ansiedades. É importante os médicos ficarem atentos aos sintomas da distimia, que muitas vezes confunde-se com distúrbios diversos”, acrescenta Duailibi.

O tratamento engloba uma combinação de fatores, que envolve uma investigação clínica, aplicada em praticamente todos os diagnósticos psiquiátricos, baseada em relatos sobre sintomas e histórico de vida, e a prescrição de antidepressivos e psicoterapia, em especial a comportamental-cognitiva. O acompanhamento prolongado desse paciente e o apoio da família são primordiais, apontam os médicos.

Mau Humor e Trabalho

Irritabilidade e alterações do humor são os primeiros indícios de nível de estresse elevado do profissional no ambiente corporativo. Para Rosalina Moura, psicóloga e sócia-diretora da Rumo Saudável, assessoria em programas de qualidade de vida e gestão de estresse em empresas, de São Paulo, é conveniente verificar se há a possibilidade de mudanças estratégicas que minimizem essa situação. Mas ressalta-se que nem sempre é possível escapar de eventos estressantes. Aí parte-se para a tolerância e a aceitação, o que gera menos desgaste.

O funcionário mal-humorado é descrito como “cara fechada”, irritado, ranzinza, estressado, difícil no trabalho em equipe. Rosalina Moura conta que ele pode fazer suas tarefas corretamente do ponto de vista técnico, mas seus resultados são pouco satisfatórios. Outra questão é quando as chefias usam do mau humor como jeito de “impor respeito” aos seus pares, resultando desmotivação e até uma imagem negativa da gestão.

A psicóloga reforça que é essencial o reconhecimento do problema, por parte de funcionários e também pela empresa, já que casos de absenteísmo e presenteísmo elevam os custos. “Em relação à distimia, a pessoa tende a se manter no trabalho. Já o estresse elevado pode levar a uma série de doenças físicas e emocionais e, de acordo com sua gravidade, pode ser incapacitante. Quando ocorre a depressão mais severa, em geral, há o afastamento por um período para tratamento”, diz.

A recomendação dos especialistas, não apenas na distimia, mas também em quadros de depressão e episódios de mau humor, está na melhoria da qualidade de vida. “É preciso que a pessoa entenda o que a incomoda, o que a está prejudicando e procurar ações que proporcionem prazer e aceitar quando não há esta possibilidade. Não é uma tarefa fácil e é importante procurar ajuda”, finaliza o psiquiatra Kalil Duailibi.

Como encarar o mau humor de frente

Como encarar o mau humor de frente

Tolerância e resiliência

Mais que evitar problemas e manter uma rotina considerada saudável, é indicada a prática de tolerar os estressores, sem deprimir-se ou irritar-se.

Repensar hábitos

“O que me estressa?”; “O que me deixa descontente?”. Parecem questões simples, mas auxiliam a conter situações de mau humor e buscar estratégias.

Atividade física

Exercícios de quatro a cinco vezes por semana, 40 minutos em média e de preferência os aeróbicos, são agentes interessantes para pessoas com depressão e distimia, já que o cérebro libera endorfina, que proporciona bem-estar.

Informação e apoio

É preponderante para adesão aos tratamentos a ajuda familiar e médica, principalmente ao paciente com distimia. A divulgação e conscientização sobre saúde mental e emocional nas empresas também é válida.

Fontes: Márcio Bernik e Alfredo Simonetti (lPq-HCMUSP), Kalil Duailibi (APM), Rosalina Moura (Rumo saudável).

Fonte: Revista da Sinog – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, edição nº21


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