É a criança nascer que os amigos e vizinhos têm vontade de pegar no colo, abraçar e beijar as bochechas dela. Mas esse carinho todo pode ser prejudicial para a saúde dos recém-nascidos, mais suscetíveis a viroses. Alguns especialistas, por exemplo, recomendam evitar visitas aos bebês nos primeiros três meses de vida.
E há motivo: em setembro, nos EUA, uma menina com menos de um mês de vida quase morreu após contrair herpes labial. A contaminação foi feita por um beijo na boca dado no bebê por uma visitante. O que a “sem noção” não devia saber é que todos os recém-nascidos, nos primeiros 90 dias de vida, têm a imunidade em formação.
“Parte da imunidade a criança adquire da mãe durante a gravidez, mas outra parte só vem com o tempo”, explica o médico Crispim Cerutti Junior, infectologista e professor da Ufes.
Por conta dessa “imaturidade”, os recém-nascidos ficam mais frágeis. A herpes, por exemplo, pode causar a morte, principalmente nos três primeiros meses de vida, ou lesões neurológicas que o bebê vai carregar para o resto da vida.
Outra doença que acomete muitas crianças recém-nascidas é a bronquiolite, quadro pulmonar que tem como principal sintoma a respiração difícil e acelerada.
Talheres e copos
Boa parte dessas doenças é transmitida por contato físico, pelo uso compartilhado de itens de higiene, talheres e copos, beijo e até na amamentação. A transmissão das viroses se dá principalmente em locais fechados e cheios.
A recomendação é clara: até os três meses de idade, o lugar da criança é em casa, protegida pelos pais. “Não é a hora da criança sair de casa. Muito menos em lugares fechados e com muita aglomeração, que facilita o contágio dessas doenças que são graves”, reforça Crispim.
E se você é daqueles que não aguentam esperar muito para abraçar e beijar o bebê de um amigo, repense esse hábito, pelo bem da própria criança. “Nos três primeiros meses não é recomendado muito contato físico com a criança. Vizinhos, amigos e colegas de trabalho devem deixar a visita para mais tarde. Deixe os abraços e beijos somente para a família”, diz.
Prematuros
Outros fatores, além da exposição, podem aumentar a fragilidade dos recém-nascidos: nascimento prematuro, falta de amamentação, contato com fumaça de cigarro e deficiência genética são alguns deles.
De acordo com o infectologista, sinais mostram que bebês não estão bem, como febre alta, choro incomum e sem motivo aparente, e falta de apetite. “Se houver algum desses sinais, corra com o seu filho para o médico”.
Veja os principais cuidados que os pais devem ter com os filhos recém-nascidos.
O que pode e o que não deve
O que pode e o que não deve |
Visitas |
Até os três primeiros meses de vida da criança não é indicado receber visitas.
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Passeios |
A criança vai ter uma vida inteira pela frente para conhecer o mundo. Nesse período inicial evite tirá-lo do aconchego e proteção do lar. Tome cuidado, principalmente, com locais fechados e com grande aglomeração de pessoas.
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Cigarros |
O contato com a fumaça do cigarro também é um fator que pode deixar o sistema respiratório da criança mais frágil. Não fume perto do seu bebê pelo bem dele.
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Amamentação |
O leite materno é muito importante para a formação do sistema imunológico da criança. Médicos recomendam a amamentação materna como fonte de alimentação até os seis meses de vida do bebê.
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Higiene |
Alguns cuidados de higiene são fundamentais para o bebê. Lave as mãos antes de manusear as roupas dele. Na hora do banho, use banheira, água e sabão exclusivos para a criança.
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Fonte: Gazeta Online
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