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Leite materno e os primeiros alimentos do bebê: passos iniciais rumo a hábitos saudáveis
A nutricionista Nina Pombo explica por que o leite materno e a introdução dos primeiros alimentos na dieta da criança são fundamentais para uma vida adulta com saúde

Em entrevista para o Prêmio Jovem Cientista, a nutricionista do Núcleo Perinatal do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Nina Pombo, explica a importância da alimentação adequada nos primeiros anos de vida. A desnutrição infantil, principalmente nos dois primeiros anos, traz consequências graves para o desenvolvimento da criança, podendo, inclusive, levar à morte.

A alimentação na primeira infância é quase que exclusivamente composta pelo leite materno. De que forma a amamentação garante a segurança alimentar e nutricional dos bebês durante os primeiros meses de vida?

Nina Pombo – O aleitamento materno deve ser exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais, segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. Um estudo de 2003 apontou que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Isso mostra que a amamentação é de longe a estratégia com maior impacto na redução das mortes de crianças nessa faixa etária. A amamentação também protege contra diarreia e infecções respiratórias devido aos numerosos fatores imunológicos presentes no leite materno, tais como anticorpos IgA, IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. No Rio Grande do Sul, um estudo mostrou que a chance de uma criança que não se alimenta de leite materno ser internada por pneumonia nos primeiros três meses foi 61 vezes maior do que em crianças amamentadas exclusivamente. Outro benefício é a redução do risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes. Por específico da espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais, nas quantidades ideais, para o crescimento e o desenvolvimento da criança nos primeiros meses de vida, além de ser mais bem digerido. É capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida.

Qual a importância da introdução de novos alimentos no cardápio do bebê? A partir de qual idade isso deve ser feito?

Nina Pombo – A partir dos seis meses de idade o leite materno não é mais capaz de suprir toda a necessidade de energia e nutrientes do bebê. Para garantir um crescimento saudável e o pleno desenvolvimento, é preciso introduzir uma alimentação complementar. Além de suprir as necessidades nutricionais, a nova dieta aproxima a criança aos hábitos alimentares da família e é uma adaptação a novos sabores, cores, aromas e texturas. Além do aspecto nutricional, o sexto mês é considerado ideal porque a criança já atingiu um estágio de desenvolvimento no qual tem reflexo para a deglutição, já reage à visão do alimento, sustenta a cabeça e tem início a erupção dos dentes.

Quais os principais nutrientes de que uma criança precisa durante a primeira infância? Por quê?

Nina Pombo – Para a nutrição humana, todos os nutrientes são importantes, pois todos têm seu papel na manutenção do bom funcionamento do organismo. Mas, se levarmos em conta os problemas nutricionais que dominam a infância, como a anemia ferropriva e a obesidade infantil, podemos destacar a relevância do ferro e de uma alimentação sem excessos e com alimentos saudáveis. A deficiência de ferro na infância pode levar a repercussões no desenvolvimento da criança com anemia. Além do desenvolvimento, pode comprometer a coordenação motora, a linguagem e provocar efeitos comportamentais como falta de atenção, fadiga, redução da atividade física e redução da afetividade. Outro nutriente que merece destaque, que tem risco de deficiência reconhecido durante a introdução da alimentação complementar, é o zinco. A carência de zinco também tem consequências bastante nocivas, pois causa disfunções bioquímicas, imunológicas e clínicas, desordens de comportamento, aprendizado e memória. Pode, ainda, levar a deficit de crescimento e aumento da mortalidade infantil por deficiências respiratórias e diarreia.

Quais as possíveis consequências da desnutrição infantil no desenvolvimento das crianças?

Nina Pombo – A desnutrição infantil é uma síndrome decorrente da deficiência de energia e proteína. Embora o Brasil esteja vencendo a desnutrição infantil, ela subsiste nos bolsões de pobreza e tem graves consequências. Além de aumentar o risco de diversas doenças, a desnutrição pode afetar o crescimento e o desenvolvimento cognitivo de maneira permanente, comprometendo até a vida futura da pessoa. Estudos mostram que a desnutrição, dependendo da gravidade, pode levar a desfechos como baixa estatura, baixa escolaridade e produtividade. Também está associada a maiores níveis de glicose no sangue, maior pressão arterial e perfil lipídico inadequado na idade adulta.

Qual a importância desta fase da vida na construção dos hábitos alimentares?

Nina Pombo – É de extrema importância! É na infância que se estabelecem os hábitos alimentares que influenciarão a saúde e bem estar do indivíduo. Uma mudança de comportamento alimentar é sempre um grande desafio, que muitas vezes obriga as pessoas a buscarem ajuda profissional, como a orientação de nutricionista ou médico. A introdução da alimentação complementar ganha aí grande destaque novamente, pois a maneira como os alimentos são introduzidos, a qualidade, a variedade, a apresentação, o comportamento dos pais, tudo isso pode gerar repercussões nos hábitos alimentares até a vida adulta.

Fonte: Revista Época


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