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Osteoporose: entre mitos e verdades
Do diagnóstico ao tratamento, erros e crenças improcedentes dificultam a correta abordagem da doença

Há cerca de três décadas, a osteoporose só era diagnosticada quando o indivíduo sofria uma fratura espontânea em decorrência da fragilidade dos ossos. Isso começou a mudar nos anos 80 com o surgimento da densitometria óssea, exame que acabou ganhando status de ser praticamente o único definidor de diagnóstico, o que é um erro.

“Esse exame mede a densidade óssea e aponta índices de desvio padrão em relação à média da população levando em conta sexo e faixa etária. Ou seja, o que se mensura com a densitometria óssea não é uma doença. É a condição de uma eventual fragilidade do osso”, afirma o Dr. Ari Stiel Radu Halpern, reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein. “Perda óssea aumenta, sim, o risco de fratura. Mas o indivíduo pode ter desvios em relação ao padrão e nunca fraturar um osso”, ressalta. Por isso, é fundamental avaliar também outros fatores como histórico familiar, herança genética, altura, peso, hábitos alimentares, tabagismo, consumo exagerado de álcool ou café e sedentarismo. Alguns medicamentos e doenças também podem estar associados à osteoporose.

É esse conjunto de elementos que permitirá avaliar os riscos de fratura e estabelecer a abordagem a ser adotada para cada indivíduo. Tome-se o exemplo de um paciente com uma leve alteração da densidade óssea. Se for uma mulher na menopausa, branca ou asiática, magra, fumante ou que usou muito corticoide ao longo da vida, o risco dela sofrer uma fratura será maior que o de outra paciente na mesma idade com uma alteração maior, mas que é negra, faz musculação, não fuma e não bebe.

“Outro aspecto a observar é que o resultado da densitometria óssea depende de um serviço de medicina diagnóstica que combine excelência tecnológica e competência do profissional que realiza o exame. Sem isso, os pacientes correm o risco de receber resultados falsos negativos ou falsos positivos”, alerta o Dr. Mariano Tamura, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, destacando, ainda, a importância da expertise do médico que irá interpretar os resultados. O Dr. Ari endossa esse aspecto: “Ao analisar o resultado de uma densitometria óssea, é preciso saber fazê-lo. A janela (circunscrição da área óssea observada) foi bem feita? Foi feita no local correto? Esse paciente apresenta alguma característica que pode interferir no resultado? Um bico de papagaio ou um acúmulo de cálcio na aorta, por exemplo, darão uma densidade falsamente superior”, afirma.

A densitometria óssea é recomendada para mulheres na pós-menopausa, principal público afetado pela osteoporose. Isso ocorre porque, antes de chegarem a essa fase da vida, elas são protegidas pelo estrogênio, hormônio que diminui a reabsorção óssea pelo organismo, envolvido continuamente em um processo de formação e reabsorção do osso. Antes da menopausa, o exame deve ser realizado apenas se houver algum fator de risco. Entre os homens, a densitometria não é exame de rotina. Só é solicitada em casos de forte suspeita da doença.

De acordo com as recomendações internacionais, a densitometria não deve ser repetida em intervalos menores que dois anos. Casos atípicos, como os de mulheres que apresentam perda da massa óssea apesar de não estarem na menopausa, nem terem fatores de risco associados, ou com má resposta ao tratamento correto, são candidatos à biopsia óssea.

O Dr. Mariano destaca, ainda, os exames diferenciais que podem ser realizados para ajudar no correto diagnóstico da osteoporose. “Há vários exames laboratoriais que permitem afastar a possibilidade de que outras doenças estejam causando o mal. Há casos em que a osteoporose é secundária, ou seja, é provocada por enfermidades como hipertireoidismo, neoplasias, doenças hepáticas e doenças inflamatórias”, diz o médico.

Outro ponto a ser desmistificado em relação à osteoporose diz respeito ao tratamento. E muita coisa mudou nesse campo. Os suplementos de cálcio deixaram de ser sempre recomendados. Estudos mostram que eles podem não prevenir as fraturas e até aumentar o risco cardiovascular. Já o cálcio obtido dos alimentos, esse sim ajuda na prevenção. A suplementação de cálcio é indicada apenas para pacientes que fazem uso prolongado de cortisona. A suplementação de vitamina D também só deve ser administrada em caso de deficiência dessa substância.

A reposição hormonal, por sua vez, é uma opção de tratamento da osteoporose apenas quando indicada também para tratar os sintomas da menopausa. “Hoje vivemos um momento mais equilibrado em relação à terapia hormonal. Conhecemos os prós, como aliviar as ondas de calor e outros desconfortos da menopausa, e os contras, como o fato de estar associada com aumento do risco de câncer de mama. Pensamos nessa terapia quando enxergamos a possibilidade de ganhos associados, ela vai melhorar os sintomas da menopausa, além de ter um papel adjuvante no tratamento da osteoporose”, pontua o Dr. Mariano.

As drogas mais comumente adotadas são os bisfosfonatos, que inibem a reabsorção do cálcio. Quem não responde a eles conta com outras opções, inclusive biológicas. “São medicamentos que atuam em vias do metabolismo ósseo que não conhecíamos até pouco tempo atrás e que têm se mostrado tão ou mais importantes do que as vias conhecidas anteriormente”, afirma o Dr. Ari. “Todos esses tratamentos, porém, devem ser feitos com acompanhamento médico, pois não podem ser utilizados de maneira indiscriminada e por tempo ilimitado”, alerta o médico.

A osteoporose é tida como uma questão de saúde pública, mais ainda no contexto de maior longevidade da população. Sem apresentar um quadro clínico que alerte para a sua presença, ela fragiliza os ossos, expondo os indivíduos ao risco de fraturas que podem redundar em acidentes muitas vezes incapacitantes e de grande morbidade e mortalidade.

Mas nem sempre o tratamento precisa ser medicamentoso. Às vezes basta investir numa dieta balanceada, atividade física regular, largar o cigarro e evitar excessos no consumo de álcool e café. Ou seja, também para a osteoporose, o bom e velho estilo de vida saudável é um excelente remédio.


Fonte: Site do Hospital Israelita Albert Einstein


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